30 de jun. de 2009

um pouco de luz

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Luminárias desenhadas pela 7gods.



29 de jun. de 2009

gehry: incansável maquetista

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Frank Gehry também é adepto da projetação, e não do tiro ao alvo. Aqui, estudos de massa, para o Guggenheim de Bilbao.

oscar, o jovem

Niemeyer também gostava de analizar alternativas, como mostram esses croquis, estudos para um centro empresarial na Arábia Saudita. Hoje parece ter cedido à tentação do "scale".

outro estudioso

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Maquetes de estudo do Peter Eisenmam, para o concurso da Igreja do Ano 2000, vencido pelo Richard Meyer .

truques

Um "L" com 100 metros de altura, em frente ao memorial dos ex-presidentes? Também tenho minhas paranóias...

28 de jun. de 2009

gênios que trabalham: estudar mais ou jantar fora com maior frequência?

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“Os croquis iniciais do Museu Real de Ontário foram desenhados em guardanapos, e aconteceu de ficarem tão próximos do projeto final, que os próprios guardanapos foram exibidos”
Daniel Libeskind, no The Observer (23/10/2007)


Certos procedimentos projetuais, típicos do mundo acadêmico, raramente são usados no exercício profissional.
Embora esses campos se acusem mutuamente de serem superficialmente pragmáticos ou alienadamente teóricos, é natural que hajam diferenças acentuadas no modo como projetos são elaborados numa e noutra esfera, pois os objetivos são muito diferentes: numa, o projeto é instrumento para a construção, na outra é instrumento de aprendizado.

Um procedimento muito comum é a indução a que o estudante mantenha a sua concepção inicial até o fim, sem alterações significativas. Nesse contexto, projetar seria como executar uma receita culinária. No meio da elaboração de um feijão tropeiro, ninguém resolve mudar para salpicão de frango, pois os ingredientes estão ali, tanto quanto a predisposição do mestre cuca.
Num projeto é diferente. Os ingredientes, pelo menos os principais que são o terreno e o programa, também estão ali, mas o que parecia uma ótima escolha à primeira vista, num estudo mais aprofundado pode se revelar inadequado. Mais: as alternativas de solução são muitas e variadas.

Na vida profissional, estudar soluções diferentes e mesmo opostas é relativamente comum, embora muitos arquitetos façam questão de ressaltar que receberam a luz do divino num bar e rapidamente rabiscaram o projeto num guardanapo de papel. É curiosa a freqüência com que o espírito da criatividade baixa em lugares com guardanapos e que os tais sempre sejam de papel. Isso pode levar à conclusão de que o canal de sensibilidade dos arquitetos é o estômago e que não valorizamos estabelecimentos com guardanapos de pano. Mas seria precipitado.

Por outro lado, variações de projeto apressadas e sob pressão, como a que foi feita por Niemeyer, na polêmica Praça da Soberania (?), em Brasília (ver post abaixo: "de volta à prancheta"), podem resultar pouco consistentes e revelar falta de convicção, tanto nos princípios iniciais quanto na sua posterior avaliação. Naquele caso, o principal elemento do projeto, um obelisco em forma de "L", com 100m de altura foi objeto de pura e simples redução proporcional, passando a ter a metade da altura. Seja por equívoco na escala ou nos custos, o obelisco deveria ter sido substituído por outro, concebido para a escala pretendida. Mal comparando, se a caixa-forte do Tio Patinhas for reduzida a um cofrinho, perde o significado.

Voltemos ao projeto de mão única, ou aquele que não se desvia do seu destino. Quando ouço arquiteto ou estudante afirmarem que “a idéia não mudou nada desde o início”, penso: o que deu errado?
Projetar é um processo de aprofundamento sucessivo num problema e não o processo de representar uma idéia no papel. Sendo assim, na medida em que os estudos vão sendo elaborados, a nossa capacidade de produzir melhores idéias aumenta, o que torna a hipótese de acertar na mosca, de primeira, puro golpe de sorte, exceção e não regra.

O projeto do Museu Gugenheim, de Nova York, de Frank Lloyd Wright é um bom exemplo disso. Num dos estudos iniciais, Wright propôs uma estrutura hexagonal, azul. Já no esquema que se encaminhou para o definitivo, a sua indicação era nada menos que um volume vermelho. Essa escolha não agradou ao empreendedor Salomon Guggenheim, que sugeriu um mármore amarelado ou então, verde. Frank colocou também a alternativa de um mármore negro: claramente, a sua intenção era contrastar com as construções próximas.
Ao final de muitas especulações, prevaleceu um tom amarelado, substituído na última hora por um matiz mais claro de creme.
As alterações na volumetria, mesmo depois de definida a forma geral, também são significativas.


























































Ver mais no artigo de Christopher Gray, articulista do New York Times.
Os desenhos são da Fundação FLW e do acervo do Guggenheim.

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Carl Fredrik Svenstedt: arquiteto e designer

Um banco, fabricado com aglomerado.



26 de jun. de 2009

25 de jun. de 2009

gato por lebre



Dependendo da distância, até um fluxo piroclástico pode parecer bonito.
Erupção do vulcão Sarychev (Kuril Islands, northeast of Japan), vista da Estação Espacial Internacional
Imagem do dia: http://earthobservatory.nasa.gov/IOTD/

Ecological Shelters

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Depois da constituição das Ciências, as relações do Homem com a natureza deixaram de ser predominantemente mágicas e, depois de vários estágios conflituosos, hoje podem ser poéticas.











Architects: G Ateliers
Design Team: Orlando García M., Hernán Galvis, Luis Eduardo Echeverri, Juan David Botero O.
Location: Guatapé, Antioquia, Colombia
Photographs: Gustavo Valencia

Veja mais em : http://www.archdaily.com/2491/ecological-shelters-at-finca-el-retorno-g-ateliers/

24 de jun. de 2009

Um Pritzker para Harry Potter

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À medida que o milênio passado foi chegando ao fim, muitas crendices que nos acompanhavam há séculos, ressurgiram. O mundo iria acabar em fogo? O Juízo Final seria no ano 2000, ou em 1999? Outros textos alertavam justamente para o aparecimento de falsos profetas e promessas fantasiosas.
Quando o feng-shui ganhou força, lá pelos anos 80, pensei que era sinal dessa síndrome de final de milênio. Rapidamente ele foi ganhando adeptos, dos mais óbvios, como a revista Capricho, até os mais surpreendentes, como as escolas de arquitetura.
O feng-shui traz conselhos muito valiosos, como o de não construir o quarto de dormir sobre a cozinha ( já que os pisos de madeira podem pegar fogo) ou o de não construir na curva de um rio ( numa enchente, os riscos são grandes). A essas recomendações, de origem prática e baseadas na experiência humana, foram, com o tempo, juntadas outras, de caráter escuso. Uma das mais curiosas, e das que fizeram mais sucesso entre nós, foi a colocação de espelhos na porta de entrada, ou no hall das residências. O objetivo era cruel: quando um convidado colocasse olho gordo, ou lançasse um mal olhado na sua casa, isso se voltaria contra ele. A ideologia por trás dessa idéia é a mais retrógrada possível, remetendo à Lei do Talião, olho por olho, dente por dente. Ora, muito antes o Cristianismo já tinha proposto uma postura mais humanista, ao sugerir que se desse a outra face para o agressor. Voltar ao espírito vingativo é um retrocesso da civilização, postura que muitos adotaram alegremente.
Mesmo cheio de contradições, o feng-shui prosperou. O que é grave, entretanto, foi ter recebido o aval de arquitetos e de professores, os quais deveriam defender a Arquitetura do obscurantismo que prevalece no texto.

Não bastasse esse constrangimento, agora chega até nós, a geobiologia, que é, nada menos que a “ ciência que estuda a relação entre a Terra e os seres que a habitam”. É um tanto amplo, mas somos holistas, pois não? A geobiologia pretende estudar o modo como os ambientes influenciam diretamente a nossa saúde, uma relação que qualquer estudante de arquitetura percebe logo. Mas ela não aborda apenas, e nem principalmente, o campo de ação da natureza, pelo clima, o Sol e os ventos. A geobiologia vai atrás, como explicam os seus propagadores, da compreensão das “influências que provêm do solo geradas por águas subterrâneas, linhas do campo magnético terrestre, formas arquitetônicas, decoração, qualidade do ar, da água, poluição sonora e eletromagnética, radiações cósmicas, materiais de construção, e uma série de outros itens são peças chaves na determinação de locais salubres ou enfermos”.
Nessa extensa e aberta série de “outros itens”, imagino, cada um deve poder acrescentar alguma coisa do seu agrado, ou desagrado, algo que possa provocar a ira do genius loci e prejudicar o seu projeto.

O curso que vai se realizar nesse final de semana, com o apoio do IAB, é mais especializado e trata da Geometria Sagrada. Segundo Allan Pires, presidente do famoso e conceituado Instituto Brasileiro de Geobiologia, Biologia da Construção e Arte Zahori, “todo mundo merece habitar espaços que potencializem a saúde e a qualidade de vida e qualquer pessoa interessada pode aprender a aplicar a Geometria Sagrada em seu cotidiano. Aliá-la à profissão, inserindo-a em projetos de arquitetura, decoração, design gráfico, artes plásticas e até terapias de cura, é melhor ainda, porque o resultado do trabalho será notado com mais eficiência, devido ao bem-estar gerado”.
Como se vê, com um pouco de dedicação e esperteza, qualquer um pode se meter a médico de espaços doentes.

Fico pensando no significado que teria se a Associação Médica apoiasse um curso de cirurgia mediúnica. Ela jamais o faria, não para desprezar outras possibilidades de tratamento do corpo humano, mas sim para reafirmar o tipo de prática que fez com que a Medicina fosse reconhecida e que deu o direito aos seus praticantes de obter da sociedade, uma reserva de mercado.
A tradição da arquitetura nada tem a ver com “influências que provêm do solo geradas por águas subterrâneas”, exceto aquelas relacionadas com as ações do lençol freático.
Quando abrigamos sob a forma jurídica e institucional que a nossa profissão atingiu, técnicas e conhecimentos tão arbitrários quanto oportunistas, como são os que constituem essa extravagância chamada geobiologia, que mistura tecnologias alternativas com mistificação, corremos o risco de sermos flagrados num generalismo superficial, como o foram os jornalistas.
A fala do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, sobre a profissão de jornalista, contém um alerta oportuno: “Na verdade, essa é uma decisão que vai repercutir, inclusive sobre outras profissões. Em verdade, a regra da profissão regulamentada é excepcional, no mundo todo e também no modelo brasileiro.”

Banalizar e deturpar os conhecimentos necessários ao arquiteto pode acarretar, no futuro, a substituição do diploma por uma varinha de condão.

olimpic games


Aí vão os sites das cidades candidatas a sediar Olimpíadas de 2016: Chicago, Madrid, Rio e Tokyo.
http://www.chicago2016.org/
http://www.madrid2016.es/es/paginas/home.aspx
http://www.rio2016.org.br/pt/Default.aspx
http://www.tokyo2016.or.jp/en/

foto: ruinas do templo de Hera, em Olimpia. fonte Wikimedia Commons

22 de jun. de 2009

quem protege o céu da cidade?

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bhz/gutierrez/6am: a foto é minha.

ribeirão vermelho

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Recebi mensagem da jornalista Érika Santos, do Iepha, na qual chama a minha atenção para um possível equívoco no post sobre o conjunto ferroviário de Ribeirão Vermelho. Segundo Érika, omiti informação importante na reportagem do jornal O Estado de Minas.
Acessei a reportagem no domingo, pelo portal Uai (http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/06/21/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=115458/em_noticia_interna.shtml) e o título não deixa margens a relativizações:"Patrimônio ferroviário corre risco de desaparecer em Minas". Por outro lado, o Portal Uai, ligado ao Estado de Minas, não faz menção ao fato de que haveria uma complementação da notícia. Portanto, não se trata de omissão, mas de informação mal elaborada pelo veículo responsável. Respondi à Érika Santos, colocando-me à sua disposição para complementar as informações necessárias, o que faço a seguir.
Antes disso, esclareço que nada tem de pessoal, nem de mal intencionado, nas minhas cobranças e críticas, seja ao Iepha ou a qualquer outro órgão ou figura pública.
Por isso, ainda que o Instituto já tenha iniciado estudos para o tombamento, iniciativa que aplaudo, não posso deixar de notar que o edifício esteja desocupado desde os anos 50, e que a ação vem com atrazo. Por outro lado, vai se confirmando a minha tese de que é temerário deixar o tombamento sob a responsabilidade dos municípios: ou o Iepha é o guardião do patrimônio mineiro, ou não é.
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A seguir, a complementação da reportagem do EM:

Iepha/MG faz estudos para tombamento
Gustavo Werneck - Enviado especial

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG), vinculado ao sistema estadual de cultura, já iniciou os estudos para futuro tombamento do complexo ferroviário de Ribeirão Vermelho. "A ideia inicial é tombar o conjunto paisagístico ferroviário", diz a gerente de Patrimônio Material do órgão, Rosana de Souza Marques. Ela destaca a importância da rotunda, mas não aceita que o prédio esteja abandonado. "A partir do momento em que a prefeitura comprou a edificações, instalou serviços na estação, mantém funcionários no local e busca parceiros para fazer o restauro, essa situação deixou de existir", afirma Rosana, que prepara o relatório sobre o complexo. Ela destaca que, no estado, há outras rotundas menores em Além Paraíba, na Zona da Mata, hoje com oficina, e em São João del-Rei, nos Campos das Vertentes, que abriga um museu, com máquinas, vagões e outras peças.

De acordo com historiadores, a estação ferroviária de Ribeirão Vermelho foi inaugurada em 1888, um ano antes da Proclamação da República. Na época, a cidade era ponto estratégico. A importância do conjunto está presente na rotunda, considerada a maior edificação do gênero construída em Minas no século 19. Olhando a paisagem, impossível não imaginar os prédios bem cuidados e com iluminação especial, contornos realçados e uma programação cultural permanente, aulas de educação patrimonial e outras atividades.

Com estrutura metálica no telhado, que contém a parte central vazada, a rotunda funcionava como local de abrigo, manutenção e manobras de locomotivas, apresentando, no centro, um dispositivo chamado de girador de locomotivas, de onde irradiavam as linhas. Na sua vistoria, o procurador da República Antônio Arthur Barros Mendes constatou que todo o complexo, à exceção de duas edificações recuperadas pela prefeitura, está "bastante degradado, sujeito a ações de vandalismo e ao paulatino desaparecimento". Com o inquérito civil, disse, o MPF quer identificar e obter, dos responsáveis, intervenções que permitam o fim da deterioração e avaliar as medidas que possam conduzir à plena recuperação do patrimônio ferroviário. "Para isso, buscamos informações no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Prefeitura de Ribeirão Vermelho e com o inventariante da extinta RFFSA", disse o procurador.



Na ilustração, foto do studiolo de Federico de Monfeltro, em Urbino: compasso, esquadro e o tempo... até a música espera, guardada.

a cidade não é uma instalação

Ah, sim... houve uma Bienal de Arquitetura em Veneza, no final de 2008. O tema é daqueles que tenta ver algo mais, na já complexa atividade dos arquitetos: “Out There: Architecture Beyond Building” ( Lá fora: a arquitetura além da construção).
Aparentemente desafiador, o tema na verdade reforça o fato de que a arquitetura é uma intervenção no espaço, que tanto pode implicar na construção de algo quanto em rearranjo e mesmo em demolição. Mais forçado, entretanto, é dizer que qualquer discurso no espaço, é arquitetura.
O Brasil apresentou um “pavilhão”, com a curadoria do arquiteto Roberto Loeb, estruturado na idéia de relatos sobre a arquitetura, feitos por leigos, que eram projetados numa tela. O Chile também buscou uma abordagem assim, digamos, popular. Uma das diferenças entre ambos é que a mostra brasileira não explora o espaço, a não ser no óbvio de abrigar as atividades, enquanto a mostra chilena, que expõe souvenires arquitetônicos, apresenta um notável evento espacial, protagonizado pelo mobiliário de suporte aos objetos. Curiosamente, os chilenos, ao expor os souvenires, anunciam a primazia do popular, mas acabam dando uma aula de especialização: o que poderia ser apenas um a caixa neutra, transforma-se, nas mãos de um arquiteto em prazer aos olhos e homenagem à inteligência. Já o Brasil, além dos depoimentos, mostra um espaço residencial folclórico, que existe principalmente na cabeça dos intelectuais.
Os estrangeiros devem ter gostado, e discretamente procurado por uma mulata sambando.

Podemos estabelecer um paralelo entre essa proposta e as nossas cidades: deixamos “ao povo”, excessivo poder na caracterização do espaço público, por causa dos frágeis planos urbanísticos, carentes de uma concepção espacial mais definida e expressiva. O resultado final é como o interior de uma casa popular brasileira, não aquela folclórica da bienal, mas a real, com cerâmicas abomináveis, mas práticas, revestindo todos os ambientes, paredes com textura suvinil e a sala apinhada de eletros que às vezes ninguém sabe usar. E janelas sasazaki.

A arquitetura, “além da construção”, também é educação e deve se expressar também na concepção do espaço da cidade, muito além dos edifícios.






transformações inesperadas

Quando uma família que tem opções, escolhe um lugar para morar, quase sempre ela se baseia na aparencia do presente e raramente pensa no futuro da paisagem, às vezes poética. Frequentemente isso resulta em residências grandes e caras, inadequadas para enfrentar as mudanças do entorno.






























Photos: Bryce Harper for The New York Times

olhe bem as montanhas



Será que já aprendemos a construir cidades? Vendo os bairros nobres, os condomínios fechados, fica evidente que estamos longe. O parcelamento do solo baseado em retículas rígidas, cujo critério mais importante é o número máximo de unidades, é o modelo dominante e quase sempre destrói a paisagem, ironicamente, a mesma que motiva alguns dos compradores iniciais dos lotes.
É o que ocorre com os arredores do Village Terrace, em Bela Lima, ou Novo Horizonte...
Na primeira foto, o impacto do adensamento, que se vê à direita, já está presente.
Na segunda, ele já está determinado.
Na terceira, um condomínio projetado pelo Gustavo Penna, aponta outro caminho, e se beneficia da paisagem natural. Só não se sabe até quando.

O arquiteto entra tarde demais no processo de apropriação da terra e, em consequencia, muitos dos conhecimentos que constituem a arquitetura não são colocados a serviço da sociedade. Já na escola, fazemos escolhas importantes, ao chamarmos de "parcelamento" o projeto da constituição dos assentamentos humanos.

21 de jun. de 2009

municipio pequeno, patrimônio ameaçado











Eu ia dar um tempo no tema patrimônio, mas, saiu hoje no Estado de Minas:
Ribeirão Vermelho – A forma lembra a do coliseu de Roma, a história se confunde com o período republicano brasileiro e o cenário é de encher os olhos de todo mundo. Mas, hoje, a situação da rotunda do conjunto ferroviário de Ribeirão Vermelho, no Sul de Minas, a 218 quilômetros de Belo Horizonte e a 10 quilômetros de Lavras, faz qualquer cristão tremer nas bases, com medo de que ele desapareça e leve, tijolo abaixo, parte deslumbrante da memória de Minas. Às margens do Rio Grande e à beira da ruína, a construção circular inaugurada em 1895, para manutenção e movimentação de locomotivas, é considerada a maior da América Latina e a quarta do planeta – a área de 4,4 mil metros quadrados corresponde a quase o dobro da arena do estádio do Mineirinho, na capital.

(...) Depois de vistoria em todo o complexo de mais de 85 mil metros quadrados, ele (O procurador da República Antônio Arthur Barros Mendes) explicou que, por estar em município pequeno (3,7 mil habitantes) e longe das principais cidades históricas mineiras, “tudo foi relegado ao quase esquecimento pelas autoridades”, quando deveria ser valorizado e preservado como bem cultural, histórico, paisagístico e arquitetônico.

A reportagem não cita o Iepha: sinal de que está isento de culpa ou de que não é lembrado como defensor do patrimônio?
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bares

































O nosso presidente jura que não, mas o certo é que a temporada de campanhas está a toda. O Paul McCartney lançou a “Segunda-feira sem Carne”, para denunciar o avanço do gado sobre as florestas, consequencia da ampliação dos pastos. Vou aderir e emendar um protesto pela proliferação alarmante de todos os tipos de herbívoros, em particular dos burros.
Já o Diogo Mainardi, aproveitou e lançou a “Segunda-feira sem Lula”: prometeu não pensar no dito cujo às segundas. Vou pegar carona nessa também e, inspirado num dos hobbies do nosso presidente, lançar uma campanha contra aqueles bares que usam cadeiras de plástico e que são decorados com propagandas de cerveja.

Onde fica o trabalho do arquiteto e o saber do arquiteto de interiores? Proponho que se boicote esse tipo de estabelecimento, totalmente destituído de personalidade, exceto se o dono for um ignorante juramentado, banguela e ainda por cima servir um excelente tira-gosto.



As fotos são intantâneos de Emilly Lopes, da comunidade Cartografias Urbanas, ligado ao Centro de Convergência de Novas Midias, da UFMG.