3 de ago. de 2009

mauá




















A região que fica próxima ao Parque Nacional do Itatiaia, no estado do Rio de Janeiro, foi colonizada por suíços e alemães, mas permaneceu sub-ocupada por muito tempo devido, em parte, à topografia acidentada que dificulta os acessos. Nos anos 70, foi descoberta pelos hippies e transformada num santuário ecológico, com centro na Vila de Visconde de Mauá. Hoje, embora, o ambiente tenha mudado bastante, e as pousadas e restaurantes existam em maior número que os campings, a natureza continua exuberante.

A caminho de Maringá, um dos povoados da região, o rádio tocou uma antiga, dos Mutantes, que dizia:
Se eu não entender, não vou responder.
Então eu escuto...

Os chamados hippies tinham esse costume: escutar a natureza, ouvir os gurus... alguns também conversavam com as árvores e outros se achavam iluminados, mas isso é outra história. O certo é que a partir da sua percepção e sensibilidade, lugares como Mauá entraram para a história e continuam vivos.
Outra parcela da juventude daqueles 70’s não exercitava muito o difícil e sutil hábito de ouvir e preferia os comícios agitados, os discursos inflamados e as palavras de ordem. Os lugares que associo a esse grupo, são os alojamentos usados pela UNE nos seus encontros. Eles também entraram para a história, mas, na essência, não mudaram ninguém, e a maior parte dos seus usuários continua valendo-se, como faziam com os alojamentos, de estruturas públicas, em benefício próprio.

Ouvir primeiro, pode ser uma atitude transformadora, mas só faz sentido se motivar alguma resposta.




Liquens, musgos, cascas: fotos tiradas em Mauá em julho de 2009

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