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AbuDhabi e a Melissa: Zaha Hadid de software novo.
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Os Campana no morro: as paredes de tábuas foram pro museu e as ruas não são mais empoeiradas.
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A sandália Ashanti e Margarida: vanguardista por acaso
Um desenho para as favelas
Anos atrás, Rem Koolhaas apareceu na revista Vogue, ao lado da sua Masseratti azul noturno, pouco depois de ter lançado o S, M, L, X. Agora, uma outra estrela faz a ponte entre a moda e a arquitetura, mas dessa vez, trabalhando do outro lado. Falo de Zaha Hadid e da sua associação com a Melissa na criação de calçados de plástico. Na verdade, eu estava procurando a sandália Favela, dos Irmãos Campana, quando dei com a criação de Hadid e Schumacher. Acabei me lembrando da Margarida, namorada do Pato Donald: os sapatos dela me parecem hoje, antevisões.
Nada como um pé feminino para dar sentido ao desenho de um sapato, embora não deixe de ser estranho que edifícios e calçados sejam parecidos. No entanto, se as pessoas demandassem moradias que fossem de fato “o seu número”, a arquitetura teria muito a ganhar. A moda tem um papel importante nos dois contextos, mas desconfio de que é maior a quantidade de pessoas que mora mal em apartamentos da moda, do que o número de pessoas que tolera um sapato desconfortável por mais de uma noite, só porque ele está na moda.
Entretanto, nesse contexto onde se tem opções, morar mal é força de expressão. É claro que comprar apartamento de milhão num trevo rodoviário como o de Nova Lima em Bh, revela um gosto muito peculiar, e pagar 200, 400 ou 600.000, para dar de cara com o vizinho do prédio ao lado, também é um tanto exótico. São essas, enfim, as pessoas que pagam 300 numa Melissa aerodinâmica.
Mas quem calçará a Melissa Favela, perguntaria o Príncipe do Pindura Saia.
O nome é derivado da cadeira desenhada pelos Campana em 1991, uma cadeira que fazia analogia com a favela histórica, aquela construída com restos de fôrma e de caixote. Pergunto-me se o IPHAN terá tombado alguma unidade daquelas. Sim, e não vai aqui nenhuma ironia, mas curiosidade, porque há um certo frisson em torno das habilidades construtivas dos nossos pedreiros, quando livres das amarras de um projeto arquitetônico. É como se cada servente fosse um Andrea Palladio em potencial, esperando pelo seu Giorgio Trissino.
As favelas, mais e mais estão se transformando num território autônomo, intocável até mesmo pela inteligência. Como melhorar a vida de quem não tem as mínimas condições de salubridade, não pela falta de infra-estrutura, coisa fácil de resolver, mas pelas péssimas qualidades ambientais das residências, que não tem ventilação nem insolação satisfatórias, cuja privacidade é totalmente comprometida além de não possuírem dimensionamento compatível com o número de moradores e com as suas atividades? Quem já se preocupou com as condições que uma criança tem, para estudar num barraco? E o conforto do pai, pra descansar depois de duas ou três horas no ônibus, ou da filha, pra namorar?
Mas não fica só na habitação, a estreiteza na consideração dos problemas habitacionais do Brasil. A concepção urbanística das favelas, também está a caminho do tombamento. Parece impossível debater a possibilidade de intervenções mais vigorosas nos espaços de moradia popular existentes pois a sua preservação, com o decorrente desvio da expansão populacional para a periferia, tornou-se mito. A preocupação principal dos favelólogos é com a concessão do título de propriedade individual, medida que não garante compromissos coletivos entre os moradores, consolidando a situação atual, de precariedade e individualismo. Restam as ações superficiais, de pavimentação e pintura. Não sei se a timidez das ações é porque algo mais ambicioso poderia causar um desequilíbrio financeiro a ponto de afetar o uso de cartões corporativos, quiçá até pela presidência da república, ou se é pela preservação do patrimônio histórico. Começo a apostar na segunda hipótese.
A visão romântica da “lua furando o nosso zinco” parece persistir. Nosso zinco não, deles, porque nós não trocaríamos a nossa kitchnete pela deles nem a pau.
Ao invés de aderir a movimentos superficiais e escapistas de melhoria, os arquitetos deveriam lutar pela reestruturação do espaço das favelas, dotando-as de qualidades que estejam a altura do urbanismo do século XXI, bem longe daqueles encontrados na Idade Média.
Nada menos do que isto.
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A péssima utilização do solo, no Morro do Papagaio, em Bhz e uma area de lazer na Rocinha, no Rio.
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Propostas do arquiteto Mário Jaurégui, no Rio de Janeiro: superficialidade.
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Intervenção no Morro do Papagaio: muito aquém do arco-iris.
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No BLDG BLOG, tem um artigo interessante sobre o tema:
http://bldgblog.blogspot.com/2009/05/hills-have-eyes.html
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